Nós ficaremos bem
- Jaci Magalhães
- 8 de jun. de 2016
- 1 min de leitura
Como descobrir o racismo quando ele já está tão impregnado no seu cotidiano e nas atitudes de quem lhe cerca? Como perceber que, não, não é normal que as pessoas riam do seu cabelo, não é normal que as pessoas se olhem no espelho e se ridicularizem?
-Tio, a sua cor é tão bonita!
-Sai, menina! A cor deles é mais bonita. O cabelo deles é mais bonito. Você tem que se aproximar deles...
E foi assim que muitos de nós crescemos. Alimentaram em nossos corações a falsa ideia de que sempre foi errado sermos nós mesmos. Não fizemos nada errado. Não roubamos, não agredimos, nós apenas somos quem somos. Apenas nascemos. Guardamos, dentro de nós, as marcas que tanto tentaram esconder ao longo do tempo. Silenciamos um grito que ainda dizem que é errado deixá-lo sair. Nossos olhares se encontram dispersos nas esquinas de todas as ruas e de todos os lugares. Nos reconhecemos. Nos entendemos. Nossas mãos agora se entrelaçam em forma de desabafo e mostraremos ao mundo que não estamos bem. Nosso grito será ouvido, ainda que tentem silenciar. Descansaremos nos ombros uns dos outros. Nós ficaremos bem.
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